Crítica | Sorria 2

Com uma atuação de arrepiar de Naomi Scott, sequência de "Sorria" é o filme de terror mais assustador de 2024, prometendo chocá-lo com cenas profundamente perturbadoras e um alto nível de violência

Em 2022, o cineasta Parker Finn conquistou os amantes do terror psicológico com "Sorria", uma adaptação de seu curta-metragem de 2020, "Laura Hasn't Slept". Integrando elementos de clássicos como "O Chamado" e "Corrente do Mal", que exploram a transmissão de uma maldição entre pessoas, o longa se destacou como um excelente suspense dramático, repleto de jump scares marcantes, episódios de intensa violência e uma narrativa bem elaborada.

Após o enorme êxito de seu filme de estreia, o diretor Parker Finn rapidamente começou a trabalhar em um novo capítulo de "Smile". Se no primeiro título acompanhamos a deterioração psicológica da terapeuta Rose Cotter, vivida brilhantemente por Sosie Bacon, agora somos convidados a mergulhar nos pesadelos de Skye Riley, uma cantora pop interpretada com imenso talento por Naomi Scott.

Tal como o longa anterior, este segundo também tem muito vigor para surpreender em diversas ocasiões. Desta vez, Parker Finn se sentiu totalmente à vontade para incluir uma série de trechos extremamente chocantes que, sem dúvida, te deixarão com os olhos bem arregalados por um bom tempo. Eu, pessoalmente, fiquei bastante perturbado com o nível elevado de violência presente em "Sorria 2". Contudo, não vejo isso como um ponto negativo. Ao contrário, a habilidade demonstrada em cada uma dessas cenas oferece exatamente o que se espera de uma obra de horror: um autêntico sentimento de medo.

Desde a abertura até a conclusão, "Smile 2" proporciona uma experiência profundamente incômoda, fazendo com que o público sinta o sofrimento de Skye Riley, que enfrenta os eventos mais aterrorizantes provocados por uma entidade demoníaca manifestada por meio de um sorriso macabro. A linha que separa o real do imaginário se torna progressivamente mais tênue conforme a protagonista se entrega à maldição sobrenatural, criando um cenário que abre espaço para múltiplas interpretações, já que os acontecimentos começam a desenrolar-se de maneira caótica.

Escolher uma artista pop como personagem central, enfrentando a pressão da fama enquanto realiza sua turnê, foi uma escolha perspicaz de Parker Finn. Um dos maiores destaques do primeiro filme foi a maneira habilidosa como os aspectos psicológicos foram abordados, acrescentando ainda mais profundidade à história. Felizmente, essa qualidade se mantém na sequência. Ao tratar dos medos e ansiedades da protagonista, a película cria um vínculo profundo com a realidade atual, onde a notoriedade e a pressão social se tornam, a cada dia, mais esmagadoras. "Sorria 2" nos conduz por uma verdadeira montanha-russa de sentimentos profundos, principalmente por conta da atuação de Naomi Scott, que captura as crises profundas da estrela pop com uma maestria admirável. Suas expressões de emoção são de tirar o fôlego, lembrando a icônica interpretação de Toni Collette em "Hereditário".

A aguardada continuação de "Sorria" expande de forma impressionante a maldição do sorriso já introduzida, mergulhando na vida de uma popstar internacional que vive sob esse pesado fardo. É verdadeiramente assustador imaginar o que poderia acontecer se todos os seus fãs se tornassem vítimas dessa maldição mortal. Com cenas impactantes e uma alta carga de violência, que em certos momentos remetem à atmosfera dos títulos da franquia "Terrifier", o filme também oferece sustos que certamente farão você pular da cadeira durante a sessão.

Vale a pena ressaltar o capricho da obra em fazer músicas super envolventes para a Skye Riley. Fiquei realmente admirado com a autenticidade da artista, tudo graças à performance espantosa de Naomi Scott, que trouxe essa personagem à vida de um jeito simplesmente espetacular.

Pedro Barbosa

Sinopse: Prestes a embarcar em uma turnê mundial, a cantora pop Skye Riley começa a viver experiências aterrorizantes e inexplicáveis. Tomada pelo horror e pela pressão da fama, Skye é forçada a confrontar seu passado para retomar o controle de sua vida antes que seja tarde demais.