Crítica | Amores Materialistas
- Cinema ao Máximo
- 31 de jul.
- 2 min de leitura
Nova comédia romântica da A24 junta um elenco de primeira linha e aborda de forma bem-humorada a ideia de que o amor pode ser visto como um grande negócio

Após o grande sucesso do drama indie "Vidas Passadas", a talentosíssima diretora Celine Song está de volta com "Amores Materialistas". Desta vez, ela nos brinda com uma comédia romântica que cutuca o amor com uma pitada de humor ácido e um quê de negócios. Enquanto "Past Lives" nos leva em uma montanha-russa de sentimentos entre 2 amigos de infância, "Materialists" joga a sensibilidade pela janela e trata o amor como uma transação comercial.
A obra da A24 nos leva para o universo de Lucy, uma atriz que trocou o palco pelo papel de casamenteira em Nova York. No meio desse turbilhão, ela se vê num triângulo amoroso entre Harry, um empresário envolto em mistério e charme romântico, e John, o ex-namorado que ainda está tentando arrumar a bagunça da sua vida, mas que faz o coração de Lucy bater mais forte. Em meio à busca por amores que são realmente sinceros em um mundo de padrões irreais, conhecemos uma protagonista fascinante, que jura que seu destino é casar-se com alguém rico ou encarar a solidão.
As câmeras simetricamente enquadradas que mostram os clientes de Lucy criam uma atmosfera envolvente, convidando o espectador a entrar na visão da fada madrinha enquanto ela ouve os pedidos mais desafiadores.
A doce Lucy ganhou vida com o toque mágico de Dakota Johnson, que trouxe uma suavidade irresistível à personagem. Lucy começa a história com firmeza total na ideia de que é possível encontrar o par ideal, mas logo seus pensamentos começam a mudar. Pedro Pascal, interpretando um ricaço charmoso, e Chris Evans, vivendo um ator que se vira como garçom, também deram um show. Foi uma alegria acompanhar esse triângulo amoroso tocante, com esses 3 astros tão talentosos.
Apesar da sinopse ou do trailer piscarem um romance típico, o longa vai além e desdobra o amor como um empreendimento de verdade. Ele lança uma bomba de reflexão: precisamos mesmo de alguém ou de um app para arquitetar nosso futuro e alcançar a felicidade eterna? Com diálogos que são verdadeiros tapas de realidade, nos faz pensar se vale a pena investir naquela cerimônia de conto de fadas, cheia de pompa e circunstância, ou se devemos abraçar o fato de que o amor vem com suas inseguranças e parcelas futuras. Ao mesmo tempo, o filme nos lembra do tesouro que é compartilhar sentimentos genuínos, e faz isso com uma emotividade que toca o coração, abordando o mundano com uma leveza encantadora, sem pompas ou floreios.

Pedro Barbosa
Sinopse: Os negócios de uma casamenteira de Nova York se complicam quando ela se envolve em um triângulo amoroso com seu ex-namorado ator, que ganha a vida como garçom, e um novo pretendente ricaço.
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