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Crítica | Faça Ela Voltar

  • Foto do escritor: Cinema ao Máximo
    Cinema ao Máximo
  • 29 de jul.
  • 2 min de leitura

Mostrando o lado sombrio do luto, novo terror sobrenatural dos mestres por trás de "Fale Comigo" promete ser uma montanha-russa de desconforto extremo


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Após o sucesso de "Fale Comigo", os irmãos Danny e Michael Philippou nos trazem "Faça Ela Voltar", outra obra que nos deixa com os nervos à flor da pele, explorando novamente as batalhas do luto. No enredo desse novo terror sobrenatural da A24, um irmão e uma irmã são confrontados com um ritual sombrio em meio à casa remota de sua nova mãe adotiva.


Enquanto "Fale Comigo 2" ainda está na fila de espera, "Bring Her Back" chega roubando um dos grandes trunfos de "Talk To Me": uma violência gráfica chocante, com uma maquiagem tão realista que me deixou com um desconforto colossal. A aparência assombrosa dos que se submetem ao ritual macabro e a transformação monstruosa do jovem Oliver ao longo da história são certezas de que você sairá da sessão um tanto abalado.


Adoro como os diretores conseguem criar um clima pavoroso, onde os piores comportamentos afloram, tipo quando os personagens começam a se autossabotar, misturado com uma carga dramática que impressiona bastante. Mesmo que as cenas de horror roubem a cena, os instantes de pura melancolia não ficam atrás, especialmente quando exploram as tristezas profundas de quem perdeu alguém querido. Vemos Laura, uma mulher com hábitos peculiares que lamenta a perda da filha que se afogou, e os meios-irmãos Andy e Piper, que acabaram de perder o pai em um acidente inesperado. A dor, que deveria ser uma cola emocional, vira o grande nó da trama: enquanto Andy e Piper tentam recomeçar, Laura ainda está completamente à deriva.


O elenco é uma maravilha, sobretudo Sally Hawkins, que veste a capa da mãe adotiva com uma fixação por ressuscitar os mortos, e faz isso com um talento de dar arrepios. Eu fiquei perturbadíssimo com suas atitudes maquiavélicas, ela trouxe à vida a personalidade insana com perfeição. Enquanto isso, o trio Jonah Wren Phillips, Billy Barratt e Sora Wong mantém firme o ar de pavor de Oliver, Andy e Piper, presos numa armadilha demoníaca orquestrada pela temível Laura.


O filme adota uma abordagem psicológica ao explorar o desejo de reviver alguém que já faleceu, apresentando um tom bem perturbador. É uma excelente opção para aqueles que buscam uma experiência desconfortável, mas que também desejam se envolver em uma narrativa que se distancia do convencional. No entanto, em determinados momentos, o roteiro recorre a clichês, como a hesitação em chamar a polícia quando seria o mais certo ou a submissão a ordens de uma pessoa claramente instável. Apesar disso, esses tropeços não tiraram meu foco do conto.


Os irmãos Philippou, que em 2023 nos apresentaram uma mão embalsamada capaz de invocar espíritos, agora nos surpreendem com um ritual cruel que promete trazer alguém de volta à vida. Eles estão trilhando um caminho super interessante, e estou curioso para saber o que essa dupla de cineastas vai fazer a seguir.


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Pedro Barbosa


Sinopse: Dois irmãos descobrem um ritual aterrorizante na casa de sua nova mãe adotiva.



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