Crítica | Rua do Medo: Rainha do Baile
- Cinema ao Máximo
- 25 de mai.
- 3 min de leitura
Terror teen da Netflix se alimenta facilmente de um cardápio de clichês e falha em ressuscitar o clima arrepiante da trilogia "Rua do Medo"

Em 2021, a Netflix lançou uma trilogia chamada “Rua do Medo”, inspirada nos livros de horror de R.L. Stine. Acompanhamos uma turma de jovens que descobre que os horrores que assombram a cidade deles há gerações podem estar ligados entre si. As 3 partes se passam em épocas diferentes — 1994, 1978 e 1666 — e oferecem um entretenimento cheio de eventos de muita tensão. Ao longo da trama, diversos destinos são selados brutalmente por uma força maligna que assombra Shadyside há séculos: a bruxa Sarah Fier.
A produção que mais gostei foi "Rua do Medo: 1994 - Parte 1", principalmente pela maneira como a interação do grupo liderado por Deena Johnson foi elaborada, oferecendo momentos altamente satisfatórios. Nos outros 2 capítulos, também dirigidos por Leigh Janiak, não consegui criar uma conexão tão forte com os personagens. Contudo, essas produções apresentam um conto macabro que prende a atenção do público, mesclando elementos sobrenaturais com o estilo slasher, sobretudo nas sequências que ocorrem no Acampamento Nightwing.
A Netflix não precisou fazer muito esforço para promover o mais recente capítulo da saga “Fear Street”, devido ao enorme sucesso da trilogia anterior. Agora, damos as boas-vindas a “Rua do Medo: Rainha do Baile”, que também é baseado nas obras de R.L. Stine. A narrativa se desenrola na enigmática cidade de Shadyside, apresentando uma história original, com um elenco completamente novo. Ambientada em 1988, a premissa gira em torno da eleição da rainha do baile escolar, que se torna aterrorizante quando uma figura misteriosa começa a eliminar as candidatas.
O longa tem algumas semelhanças com "Carrie: A Estranha" e "Meninas Malvadas", especialmente na ideia de uma protagonista que sofre bastante com as provocações da patricinha malvada da escola. Mas, infelizmente, ele não consegue sustentar essa proposta por si só. Com cerca de 1 hora e meia de duração, o terror teen apresenta situações um pouco bobas e mortes bem violentas, que parecem acontecer de forma gratuita, sem muita sensibilidade ou lógica, já que os estudantes parecem se colocar em perigo facilmente. O que me deixou mais incomodado foi a previsibilidade das cenas: quem sai do salão de festas, onde rola o baile, acaba sendo automaticamente a próxima vítima.
Por causa de vários episódios clichês que aparecem ao longo do filme, o elenco, encabeçado por India Fowler, acaba sendo prejudicado. Nem mesmo Lili Taylor, de "Invocação do Mal", nem Katherine Waterston, de "Animais Fantásticos e Onde Habitam", conseguem dar um pouco mais de ritmo à história, que fica bem monótona. A ideia de mostrar garotas populares competindo pela coroa de rainha não é ruim — muitos títulos do Disney Channel feitos para adolescentes já abordaram esse tema. Mas o que realmente decepciona é a falta de vontade do diretor Matt Palmer de percorrer caminhos mais sérios, como fizeram os filmes anteriores da franquia.
"Fear Street: Prom Queen" busca explorar a profundidade da personagem Lori Granger, uma moça introvertida que enfrenta, a cada dia, as marcas de um passado no qual todos enxergam sua mãe como uma assassina insana. Todavia, essa complexidade é rapidamente abandonada em favor de um entretenimento mais raso. A identidade e as motivações do autor do massacre chocante não se sustentam de modo convincente, levando a uma narrativa que fica cada vez mais absurdamente cômica.

Pedro Barbosa
Sinopse: Quem será a rainha do baile do Shadyside High de 1988? Para Lori, a competição sempre foi implacável. E a situação piora quando alguém começa a matar as candidatas.
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