Crítica | A Mulher no Jardim
- Cinema ao Máximo
- 18 de abr.
- 2 min de leitura
Novo terror da Blumhouse oferece momentos intrigantes com os clássicos clichês do gênero, mas ao focar no aspecto psicológico, acaba seguindo caminhos um tanto confusos

Jaume Collet-Serra, o gênio que nos deu calafrios com "A Órfã" e "A Casa de Cera", está de volta em 2025 com a Blumhouse para nos arrepiar mais uma vez com "A Mulher no Jardim". Este drama de terror segue uma mulher que, enquanto encara a dor da perda do marido, embarca na jornada solo de cuidar de seus dois filhos. Mas sua tristeza ganha contornos de horror quando uma figura fantasmagórica, de preto dos pés à cabeça, começa a vigiar a família do jardim, intensificando o clima já pesado de luto.
Aproveitando os elementos apresentados na franquia "Invocação do Mal", especialmente em "A Maldição da Chorona", que aborda uma entidade sobrenatural com a aparência de uma noiva, "The Woman in the Yard" se destaca por seus instantes em que a enigmática mulher vestida de preto frequentemente envia avisos sinistros através de sua sombra, já que a maior parte da obra ocorre durante o dia. É fascinante quando uma película se atreve a escapar da obviedade da escuridão e consegue provocar medo à luz do dia, como já foi visto em "Annabelle 2: A Criação do Mal" e "Midsommar: O Mal Não Espera a Noite".
Danielle Deadwyler, que brilhou em "Till: A Busca por Justiça", se sobressai como Ramona, uma mãe solteira viúva. Com um talento impressionante, ela retrata toda a dor e a insegurança de sua personagem, que se vê perdida após a trágica perda de David. Ramona é uma fortaleza de rigidez e frieza emocional em relação aos seus filhos, Taylor e Annie, interpretados pelos encantadores Peyton Jackson e Estella Kahiha.
À medida que os conflitos internos da protagonista começam a ser revelados e a verdadeira identidade da mulher que usa a magia das sombras está prestes a ser descoberta, o longa cria situações de intensa tensão. Isso não se deve apenas aos sustos inesperados, mas também à atmosfera aterrorizante que é muito bem equilibrada. Eu realmente gostei das cenas em que o título evidencia a mulher sentada em frente à residência. Os ângulos de câmera utilizados para capturá-la, lembrando o estilo do mestre James Wan, trazem um charme especial à produção.
"A Mulher no Jardim" traz um toque de diversão ao estilo Blumhouse, com vibes de "Mergulho Noturno" e "Imaginário Brinquedo Diabólico", onde os clichês do terror são a cereja do bolo. Adorei os trechos em que a mulher de preto causa o maior susto em Ramona e seus filhos, fazendo uma bagunça sobrenatural com os objetos da casa e surgindo do nada. No entanto, quando o filme tenta explorar o lado psicológico e revelar as verdades dolorosas dos personagens, a história acaba ficando confusa e cheia de lugares-comuns. Ele trata do drama intenso da perda de alguém querido e da tentação de desistir, resultando em alguns momentos interessantes, mas, no geral, não me conquistou.

Pedro Barbosa
Sinopse: Uma mulher misteriosa aparece repetidamente no jardim da casa de uma família, muitas vezes entregando avisos assustadores ou mensagens perturbadoras, deixando os residentes questionando sua identidade, motivos e o perigo potencial que ela pode representar.
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