Crítica | O Macaco
- Cinema ao Máximo
- 4 de abr.
- 2 min de leitura
Terror sanguinolento do produtor James Wan tem cenas impactantes no estilo de "Premonição", mas não explora bem a relação conflituosa dos protagonistas na fase adulta

No ano passado, Osgood Perkins se destacou com "Longlegs: Vínculo Mortal", uma obra que mistura suspense policial com elementos sobrenaturais. Embora tenha uma proposta interessante, o thriller acaba falhando em algumas reviravoltas que são bem previsíveis. No início deste ano, o diretor lançou "O Macaco", uma comédia de terror que gira em torno de um brinquedo demoníaco que lembra a boneca vintage Annabelle. A trama se concentra em um enigmático macaco de corda que tem a capacidade de determinar quando e como uma pessoa irá morrer.
A produção conta uma história que se desdobra em 2 partes: a primeira acontece em 1999 e a segunda se passa 25 anos depois. O enredo envolve 2 irmãos gêmeos idênticos cuja vida é afetada por um macaco de brinquedo maligno. Em pouco tempo, eles presenciam assassinatos brutais de entes queridos, lembrando a dinâmica da franquia "Premonição", onde mortes violentas são orquestradas por uma força sobrenatural.
Inspirado em um conto do famoso Stephen King, "The Monkey" é um filme que se destaca pelas mortes bastante explícitas, como uma pessoa sendo estripada com um arpão ou sofrendo um aneurisma repentino, além de outras cenas chocantes. Uma das sequências que mais me perturbou foi a de uma pessoa atacada por um enxame de abelhas que entra na sua boca. Embora o título ofereça uma boa dose de sangue e horror, ele acaba limitando o desenvolvimento de alguns personagens, que são eliminados rapidamente para dar espaço a acontecimentos impactantes. Em nenhum momento sentimos pânico de que algum personagem querido esteja em perigo, pois são os coadjuvantes, que têm pouco destaque, que acabam enfrentando a morte.
Christian Convery e Theo James demonstram um grande talento ao interpretar os gêmeos Hal e Bill. Christian consegue transmitir bem a essência da infância dos protagonistas, com Bill sendo o valentão sem noção e Hal o tímido que tem dificuldade em se afirmar. Depois de 25 anos, Theo assume o papel, mostrando adultos fragilizados e uma relação que se torna complicada. A interação deles na infância é rica em questões psicológicas. Infelizmente, na fase adulta, essa conexão não recebe a atenção que poderia, tudo para manter o público entretido.
O longa consegue ser bem assustador ao apresentar mortes sangrentas, mas também conta com momentos engraçados, principalmente pelas reações inusitadamente cômicas dos personagens em episódios aterrorizantes. No entanto, ele peca um pouco por não definir se de fato quer causar medo ou se prefere provocar risadas com situações exageradamente grotescas.

Pedro Barbosa
Sinopse: Quando Hal e Bill encontram no sótão um velho macaco de brinquedo de seu pai, a descoberta dá início a uma série de mortes terríveis. Os irmãos decidem jogar o brinquedo fora e seguir em frente com suas vidas, distanciando-se com o passar dos anos.
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