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Crítica | O Ritual

  • Foto do escritor: Cinema ao Máximo
    Cinema ao Máximo
  • 2 de jul.
  • 3 min de leitura

Inspirado em fatos reais, novo terror sobre exorcismo joga fora o talento de Dan Stevens e Al Pacino, entregando um enredo mais sonolento que assustador


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Faz tempo que não vejo um filme de exorcismo que realmente me surpreenda. Recentemente, tivemos títulos como "O Exorcista do Papa" e "O Exorcismo", ambos com Russell Crowe no papel principal, além de outros como "A Luz do Demônio" e "O Exorcista: O Devoto", que até foram interessantes. Agora, aparece "O Ritual", prometendo nos levar à história real que inspirou "O Exorcista". Mas, na prática, é mais do mesmo: uma trama batida, com uma execução que não traz nada de novo ou inspirador.


O elenco do longa conta com nomes conhecidíssimos, como Dan Stevens, Al Pacino e Ashley Greene. É uma pena que esses atores não tenham muitas oportunidades de mostrar todo o seu talento, pois seus personagens acabam sendo bem estereotipados. Stevens encarna Joseph Steiger, um padre mais novo que está passando por uma crise de fé, enquanto Pacino dá vida a Theophilus Riesinger, um padre experiente famoso por realizar exorcismos raros e autorizados. De certa forma, a premissa lembra um pouco o que já vimos antes em "O Ritual", com Anthony Hopkins, onde um padre cético acaba tendo suas crenças abaladas ao conhecer um exorcista mais veterano. A ideia da obra até que não é ruim, mas o trabalho do diretor David Midell não consegue fugir do lugar comum e acaba seguindo uma fórmula bastante previsível.


Baseado em uma chocante história real de 1928, "The Ritual" nos leva a testemunhar o perigoso exorcismo de Emma Schmidt, uma mulher que apresenta sinais de possessão, incluindo o uso de línguas desconhecidas e uma força extraordinária. A escolha da atriz Abigail Cowen para interpretar a jovem endemoniada em um convento isolado foi acertada, pois ela consegue transmitir de modo convincente a intensidade do sofrimento de sua personagem. Certos trechos da produção provocaram um certo temor, como quando Emma se solta violentamente das amarras e escala as paredes. No entanto, minha experiência com o título foi super negativa, em grande parte devido ao ritmo arrastado e à fragilidade dos personagens, que pareciam ser derrotados com facilidade a cada movimento de Emma.


Sobre o ritmo do enredo, dividir o exorcismo em várias etapas muito rápidas acabou dificultando a criação de momentos mais tensos. Sempre que a narrativa chegava perto de um ponto alto, o padre Theophilus preferia acalmar a situação e adiar o desfecho para o dia seguinte. Essa estratégia acabou consumindo muitíssimo tempo na tela com diálogos religiosos longos e repetitivos entre o descrente Joseph e o padre. Embora essa divisão reflita a realidade do ritual, que durou 23 dias, o resultado final não ficou tão legal assim.


Além disso, as reações teatrais dos personagens nas cenas mais assustadoras me deixaram um tantinho incomodado. Muitos deles pareciam se ofender facilmente com as provocações dos espíritos que possuíam Emma. Mesmo com o padre explicando várias vezes que os demônios só queriam provocar, eles continuavam se sentindo magoados ou ameaçados quando as vozes das entidades tentavam imitar seus entes queridos.


Você pode até se sentir gratificado com uns bons sustos e sequências de possessão demoníaca bem feitas, como quando o corpo da Emma se contorce de maneiras impossíveis, ela vomita coisas estranhas, levita e fala com uma voz horripilante. Mas, no final, aquela sensação de que o roteiro não está avançando muito acaba prevalecendo.


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Pedro Barbosa


Sinopse: Dois padres, um questionando sua fé e outro lidando com um passado problemático, devem deixar suas diferenças de lado para realizar um exorcismo difícil e perigoso em uma mulher possuída.



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