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Crítica | Rosario

  • Foto do escritor: Cinema ao Máximo
    Cinema ao Máximo
  • 4 de jun.
  • 3 min de leitura

Terror sobrenatural sobre uma maldição de família traz arrepios com seus efeitos práticos, mas acaba perdendo o impacto ao exagerar na dose


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O terror "Rosario" tinha previsão de chegar aos cinemas do Brasil pela distribuidora Imagem Filmes no dia 5 de junho, mas acabou sendo adiado para 21 de agosto. A premissa acompanha uma empresária bem-sucedida que recebe a notícia da morte da avó, que morava longe, e precisa voltar ao antigo apartamento da família. Não dá para dizer que o longa é totalmente ruim; na verdade, ele consegue assustar ligeiramente, especialmente no começo, quando Rosario encontra o defunto da vó em condições bem ruins. O aposento está abandonado, com a pia cheia de louça suja e restos de comida que estão estragando. Para piorar a situação, uma intensa nevasca a surpreende, obrigando-a a passar a noite no local.

 

O arco dramático do filme é bem envolvente. A gente consegue entender um tanto da relação complicada de Rosario com a família. Depois que seus pais se separaram, ela se afastou da mãe e da avó, o que acabou deixando uma sensação de culpa nela, sobretudo ao ver a vó já falecida em um estado de total decadência. Uma das razões para tudo isso acontecer foi a forte dedicação da avó, Griselda, aos rituais que exigiam sacrifícios de sangue todos os dias. Para Rosario, conviver com isso era algo muito tenebroso. Agora, ela acredita que sua vovó finada tentou amaldiçoá-la, e ela precisa se fortalecer para proteger não só sua vida, mas também sua alma.

 

A produção aposta bastante em efeitos práticos, e achei isso supimpa. Desde o lar que está caindo aos pedaços, com um cômodo escondido cheio de objetos esquisitos, até o corpo em decomposição da avó e uma entidade de origem sobrenatural bem macabra que aparece várias vezes para dar aqueles sustos tradicionais, os famosos jump scares. Mas, na minha opinião, o título acabou exagerando um bocado nesses efeitos, e em certos momentos isso perdeu um pouco o impacto, ficando até meio repetitivo. Outra coisa que me deixou coçando a cabeça foi a rapidez com que a protagonista engoliu os eventos bizarros no apartamento. Em uma cena, por exemplo, Rosario apenas deu de ombros ao ver a vovó colada no teto, o que me pareceu um tantinho surreal.

 

Apesar de determinados clichês ainda aparecerem, preciso dizer que a obra consegue criar uma atmosfera muito tensa nos primeiros minutos. Quando a personagem principal decide explorar pela primeira vez a casa da Griselda, o clima ficou bem medonho pra mim, principalmente porque o cadáver poderia acordar a qualquer momento e agir de forma ameaçadora. Gostei demais do elenco também; Emeraude Toubia faz uma interpretação excelente do medo de Rosario diante de tantas experiências assustadoras. E o David Dastmalchian, que já tinha feito um ótimo trabalho em "Entrevista com o Demônio", também se destacou como Joe, o vizinho intimidante ao lado.

 

Dirigido por Felipe Vargas, o longa é uma opção interessante para quem gosta de contos com muitas aparições de seres demoníacos, lembrando alguns filmes tailandeses que estão disponíveis na Netflix, onde o horror mais visceral e exagerado é bem presente. A trama que fala de uma maldição que passa de geração em geração, como em "Hereditário", também tem seu valor. Porém, é uma pena que essa parte da história não seja tão aprofundada, já que o foco acaba ficando demasiadamente nas cenas em que Rosario é atacada por forças malignas.


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Pedro Barbosa


Sinopse: Durante uma forte nevasca, Rosario passa a noite ao lado do corpo da avó aguardando a chegada da ambulância e acaba atacada por entidades sobrenaturais, enfrentando segredos enterrados de sua família.



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