Crítica | A Hora do Mal
- Cinema ao Máximo
- 9 de ago.
- 2 min de leitura
Ousado, maluco e assustador, novo filme de Zach Cregger é um suspense de altíssima qualidade

Em 2022, Zach Cregger dirigiu o inteligentíssimo "Noites Brutais", que chamou atenção por seguir um caminho totalmente diferente do que se espera, com uma premissa pouco convencional. Agora, em 2025, ele usa novamente esse ingrediente que fez o outro longa se destacar em "A Hora do Mal", uma película ainda mais ousada na sua proposta, que realmente consegue prender o público por meio de uma construção refinadíssima de suspense.
Tudo começa numa noite em que, de repente, todas as crianças de uma turma desaparecem inexplicavelmente, exceto uma. O mais estranho é que o sumiço acontece ao mesmo tempo, deixando toda a cidade cheia de dúvidas e se perguntando quem ou o que estaria por trás desse macabro quebra-cabeça. Como num filme de suspense de primeira, fiquei matutando sobre esse caso. Gostei muito das qualidades de "Weapons" e, sem querer estragar nenhuma virada da história, posso dizer que foi um dos melhores títulos que assisti no cinema em 2025 até agora. A trama vai ficando cada vez mais maluca, e o interesse só aumenta.
No começo, acompanhamos Justine Gandy, uma professora do 5º ano do ensino fundamental, que descobre que quase toda a sua classe evaporou. Através de uma performance super focada de Julia Garner, a personagem cativa com sua personalidade insegura e contida, enfrentando a culpa que quase toda a pequena cidade da Flórida lhe impõe pelo chocante acontecimento. Isso resulta em um mal-estar social, gerado pela incompreensão e resistência da comunidade, que se manifesta em comportamentos altamente desconfortáveis.
Para minha feliz surpresa, outros personagens que cruzam o destino da professora também recebem um tempo de tela significativo, o que ajuda a formar um elenco de excelente nível. Assim, a narrativa do mistério é explorada sob diferentes perspectivas, culminando em uma conclusão, no mínimo, brutal.
A habilidade da obra em integrar elementos mais apavorantes de maneira estratégica é digna de elogios. Assim, não se deve esperar momentos verdadeiramente sombrios logo de início, pois a intenção é cultivar um clima de tensão e incerteza. A grande virtude deste filme reside precisamente em nos preparar gradualmente, proporcionando um vislumbre do que está por vir. À medida que se desdobram as ações da Sra. Gandy e dos demais personagens, situações de violência audaciosa surgem antes que tenhamos uma compreensão bem clara do que de fato está acontecendo, o que torna a experiência extremamente envolvente. Posso assegurar que o clímax é um furacão de intensidade e vai fazer você pensar sobre o que, afinal, está rolando.
"A Hora do Mal" é como um enigma que te deixa de cabelo em pé até o último segundo! Este longa te fisga com um suspense maluco e aterrorizante, e acredite, quanto menos você souber do enredo, mais vai se impressionar. A produção técnica é de tirar o chapéu, criando um ambiente de terror potente sem depender só de sustos. E, falando em impacto, a maquiagem é de cair o queixo, com cenas violentas que vão te acompanhar por um bom tempo depois de sair da sessão!

Pedro Barbosa
Sinopse: Todas as crianças de uma sala de aula, exceto uma, desaparecem misteriosamente na mesma noite e horário, deixando a comunidade intrigada sobre a causa do desaparecimento.
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