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Crítica | Invocação do Mal 4: O Último Ritual

  • Foto do escritor: Cinema ao Máximo
    Cinema ao Máximo
  • 7 de set.
  • 4 min de leitura

Michael Chaves pega emprestado o que há de melhor nos filmes de James Wan e fecha a franquia com emoção de sobra e sustos caprichados


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Fechando com chave de ouro a incrível jornada dos famosos caçadores de fantasmas e demônios, Ed e Lorraine Warren, o novo filme me deixou com o coração apertado ao dar adeus a esses personagens lendários. A saga "Invocação do Mal" começou em 2013, quando James Wan lançou um dos melhores títulos de terror sobrenatural, levando o público a uma trajetória repleta de assombrações ao longo dos anos. Com sustos de pular da cadeira e uma história real de arrepiar os cabelos, "Invocação do Mal" nos fez perder o sono com a trama de uma família assombrada em uma fazenda em Rhode Island, 1971. Em 2016, "Invocação do Mal 2" mostrou que sequências podem ser tão boas quanto os longas originais, desta vez acompanhando uma mãe solteira com 4 filhos enfrentando um espírito maligno em Londres, 1977. Já em 2021, "Invocação do Mal 3: A Ordem do Demônio" trouxe um tempero investigativo, com um caso intrigante de um suspeito de assassinato que usa a possessão demoníaca como defesa nos EUA, 1981.


É um fato amplamente aceito que "The Conjuring" levou o horror mainstream para um novo patamar. Pegou a ideia clássica de uma casa mal-assombrada e transformou em um filme recheado de jump scares criativos, efeitos especiais supimpas e atuações que impressionam. Com base em situações reais dos Warren, o universo de "Invocação do Mal" oferece várias possibilidades de novos enredos, mas optaram por terminar a série com "Invocação do Mal 4: O Último Ritual", que já está nos cinemas, revelando o caso da família Smurl de 1986 como a despedida do casal paranormal mais popular.


Um dos toques geniais de "The Conjuring: Last Rites" é como o diretor Michael Chaves pegou emprestado o kit de truques assustadores do James Wan, o mestre das 2 primeiras obras. Ele nos dá um espetáculo que equilibra o drama dos Warren com a saga da família Smurl, criando personagens com quem podemos nos conectar e sustos que nos pegam desprevenidos. Chaves usa ângulos fechados para nos deixar na ponta da cadeira, como se algo horripilante estivesse prestes a aparecer. Os cenários sombrios nos deixam sempre com os nervos à flor da pele, e a câmera faz acrobacias em homenagem ao estilo Wan. A evolução de Chaves na franquia, após "A Maldição da Chorona", "Invocação do Mal 3: A Ordem do Demônio" e "A Freira 2", merece reconhecimento por si só.


É impossível ignorar o que rouba o show no filme: aquela química de fazer faíscas, o charme de derreter corações e o carisma que explode na tela, tudo graças a Vera Farmiga e Patrick Wilson. Sério, é como se fossem feitos sob medida! Eles arrasam tanto como especialistas em coisas do outro mundo quanto como o casal cheio de amor, prontos para encarar o desconhecido, mas com aquele friozinho na barriga sobre o que pode ameaçar seu romance. Desta vez, adentramos ainda mais no espaço pessoal e reservado dos Warren, com uma abertura de tirar o fôlego que nos mostra suas versões jovens, perfeitamente interpretadas por Madison Lawlor e Orion Smith. O elenco de apoio também brilha, especialmente Mia Tomlinson, que abraça o papel de Judy, a filha dos Warren, com um encanto que não dá para resistir. E não posso esquecer Ben Hardy, que faz uma dupla adorável com ela como o apaixonado Tony, adicionando um pouquinho de humor que cai como uma luva.


A produção mergulha você em um ambiente sufocante, onde as cenas são um convite ao desconforto, com entidades que parecem saídas de um pesadelo, impulsionadas por um CGI que funciona muitíssimo bem. Além disso, tem um gore discreto, mas que causa uma forte impressão. Garanto que você, assim como eu, vai ficar arrepiado com as ameaças que desafiam os Warren, sustentadas por efeitos técnicos de primeira. O grande vilão? Um espelho amaldiçoado, que não só eleva o clima de tensão, mas também serve como epicentro dos conflitos. Prepare-se para um desfecho de arrancar lágrimas, onde Farmiga e Wilson entregam uma performance de tirar o chapéu. O laço emocional com a filha Judy está mais potente que nunca.


Combinando os diálogos mais icônicos dos Warren, que fizeram parte das películas anteriores, com referências cuidadosamente intencionais, o capítulo final do "Invocaverso" proporciona uma despedida sincera. Este encerramento mescla de maneira eficaz um melodrama familiar com um suspense desconcertante, superando as expectativas dos fãs das experiências fantasmagóricas do demonólogo Ed e da médium Lorraine. O filme finaliza este ciclo com dignidade. Espero sinceramente que novos derivados sejam lançados no futuro, pois ainda há muito a ser explorado, e o sucesso é praticamente garantido, como demonstram os 3 títulos de "Annabelle" e os 2 de "A Freira".


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Pedro Barbosa


Sinopse: O casal Warren enfrenta mais um caso aterrorizante, em que Ed e Lorraine se veem obrigados a encarar seus maiores medos, colocando suas vidas em risco em uma batalha final contra forças malignas.



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